"Seguindo os passos do Mestre Aleijadinho"

A viagem à Ouro Preto e Mariana surgiu de um projeto desenvolvido com os alunos de 7º, 8º e 9º anos, integrando as disciplinas de História, Artes, Geografia e Ensino Religioso. Os professores envolvidos trabalharam com os alunos vários conceitos antes da viagem, como as diferenças geográficas da região de Ouro Preto e Mariana, a distância a ser percorrida até lá, o que foram as Irmandades e seu papel na história destas cidades e o que levou às construções das várias igrejas e monumentos que marcam a paisagem da região das minas. Outras questões trabalhadas nas aulas foram as características do Barroco Mineiro, o estilo arquitetônico e artístico presentes nas manifestações religiosas a serem vistas e também o papel e o trabalho de Aleijadinho que marcaram o período da mineração no Brasil Colonial.  

O roteiro estabelecido foi uma série de visitas aos pontos históricos e religiosos de Ouro Preto e Mariana. Em Ouro Preto, visitamos a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, onde vimos os azulejos azuis vindos diretamente de Portugal para a sua construção, o altar barroco e os detalhes das pinturas douradas. E no trajeto entre a Rodoviária e a Igreja do Carmo tivemos o privilégio de ver a procissão das Irmandades pelas ruas de Ouro Preto, já que era dia de Corpus Christi, esse cortejo é uma tradição mantida pelos católicos da cidade, saindo da Igreja do Carmo até a Matriz do Pilar, acompanhado por um grande número de pessoas. Em seguida visitamos a Casa dos Contos, com seu acervo da mineração, uma senzala onde os escravos dormiam, os instrumentos de trabalho e castigos dos escravos e uma mostra sobre a evolução da moeda no Brasil.

Conhecemos também a Igreja de São Francisco, que foi construída e cujas obras de escultura nela existentes são de autoria do Mestre Aleijadinho. Nesta igreja, os santos de roca são diferentes dos demais, têm particularidades como cabelos, vestes normais e alguns detalhes no altar são expressivos. Os alunos ficaram impressionados com o fato de que na igreja faziam enterros embaixo do assoalho de membros importantes da Irmandade.

Fomos ao Museu da Inconfidência, onde vimos aspectos da vida política, arquitetônica e religiosa do período da mineração na região, além de detalhes do movimento da Inconfidência Mineira. No museu estão os restos mortais dos inconfidentes, homenagem a Tiradentes e também documentos sobre o processo que foi movido pelo governo colonial contra os envolvidos no movimento de conspiração.

Por volta das 14h, saímos de Ouro Preto e fomos para Mariana, onde visitamos a Mina da Passagem, que fica a alguns quilômetros entre as duas cidades e os alunos puderam descer mais de cem metros no interior do solo para visitar a mina desativada. Eles puderam conhecer como é a formação geológica da região e como era o trabalho de mineração no período colonial e que se estendeu até a paralisação da mina. Eles adoraram descer em um carrinho puxado por um cabo de aço, pareciam estar em uma montanha russa, a princípio um pouco de medo, mas depois uma euforia muito grande. Embora essa visita tenha sido rápida por causa da profundidade e do ar pesado no interior da mina, os alunos gostaram da adrenalina da descida.

Em Mariana, foram vistos a Casa de Câmara, a Cadeia e duas igrejas barrocas, a dos brancos e dos negros que ficam uma ao lado da outra e que tem no meio, o pelourinho. Todos puderam ver os tapetes coloridos em todo um quarteirão.

Foi um dia especial...

Relato da Professora de História - Luzia Maria de Oliveira e Silva.