quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

MEC é criticado por cortes de vagas em universidades mineiras

A suspensão de vagas dos cursos de enfermagem, farmácia e odontologia, anunciadas pelo Ministério da Educação, é alvo de críticas de especialistas em avaliação institucional, como Roberta Muriel, diretora-executiva de uma empresa de consultoria em gestão de instituições de ensino superior. “O que está sendo feito pelo MEC é um corte de vagas com base num indicador falho, que se sustenta na avaliação de alunos. Quase 70% da composição do Conceito Preliminar de Curso (CPC) é determinada pelo que o estudante pensa no momento da prova. Se o aluno resolve fazer boicote em um curso e a instituição tem poucos cursos, por exemplo, está condenada a uma nota baixa”, argumenta Roberta.

Mestre em administração, ela ainda contesta o fato de o CPC ser somente indicador da qualidade. “Ele é apenas um indício, uma pista, não sendo suficiente para formação de um conceito. O que está definido na Portaria 40/2007 é que a instituição deve receber um indicador provisório e, caso seja insatisfatório, faz-se a avaliação das comissões in loco para conceder o conceito definitivo. Nesse caso, ainda cabe recurso pela instituição ao MEC. E, apenas num último momento, depois que a instituição já tiver se defendido e demonstrado capacidade ou incapacidade, é que ela pode ser ‘condenada’ como sendo de qualidade ruim”, acrescenta Roberta.
A direção do centro Izabela Hendrix contesta a avaliação do MEC alegando ter ficado acima da média no último Enade. “Há alguns anos, grande parte dos nossos alunos era formada por trabalhadores que tinham concluído o ensino médio havia muito tempo e enfrentavam dificuldades ao longo do curso. Mas, hoje, temos um público mais vocacionado, com pessoas mais jovens e disponíveis para os estudos. Por isso, melhoramos a nota no Enade”, argumenta a coordenadora do curso de enfermagem do Izabela Hendrix, Marina Celly.

Procurada pelo Estado de Minas, a Unincor informou que a reitora da instituição está em viagem e não há outra pessoa autorizada a comentar o assunto.

MEMÓRIA
Medicina perdeu 514 vagas
Há duas semanas, o alvo do MEC foram os cursos de medicina. O órgão determinou o corte de 514 vagas em 16 instituições particulares de ensino superior. Minas concentra o maior número de faculdades e universidades na berlinda, com nove escolas e 254 vagas suspensas. No último dia 22, o ministério anunciou medidas cautelares contra outras 70 instituições de ensino superior com desempenho abaixo da média em avaliações oficiais. Em Minas, a penalidade atingiu cinco escolas: Faculdade de Tecnologia de Minas Gerais (Fatemg), de Ipatinga; Faculdade de Ciências Exatas e Humanas de Campanha (FCCP); Escola de Engenharia Kennedy (EEK), de BH; a Faculdade de Ciências Humanas de Curvelo (Facic), e Universidade Vale do Rio Verde (Unincor), de Três Corações.


Fonte: Estado de Minas

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