terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Famílias têm apenas 36 minutos de 'tempo de qualidade' por dia

Uma pesquisa britânica realizada em 25 países revelou que homens e mulheres dispõem hoje de apenas 36 minutos por dia - ou 15 dias por ano - para passar o chamado 'tempo de qualidade' com a família. Datas comemorativas, como o Natal, foram apontadas como as principais ocasiões em que esse tempo pode ser desfrutado. O resultado é que 75% dos pais sentem que seus filhos estão crescendo rápido demais e um terço deles afirma ter perdido momentos-chave do desenvolvimento das crianças.

Cerca de 50% dos 2 mil entrevistados afirmaram ainda que não conseguiam equilibrar bem a dose de tempo gasto com os entes queridos, principalmente pela necessidade de ficar longas horas no trabalho e ter uma rotina doméstica frenética.

A situação fica um pouco mais dramática quando esses dados são aliados aos de uma pesquisa realizada no Brasil: o salário não é o principal fator de satisfação dos profissionais. De acordo com o levantamento realizado entre os usuários da comunidade de carreiras Love Mondays (Ame as segundas-feiras, em tradução livre), o item que mais pesa é justamente “conciliar vida profissional com a pessoal”.

Este fator alcançou índice de 4.48 em uma escala de 1 a 5. Logo em seguida vem 'cultura da empresa', com 3.91. Em terceiro e quarto lugares aparecem 'remuneração e benefícios' (3,84) e 'oportunidades de carreira' (3.68). Segundo Luciana Caletti, CEO da Love Mondays, as respostas repetiram constantemente a importância dos treinamentos, oportunidades, valorização e respeito no ambiente corporativo; mas nada superou a busca por um equilíbrio entre casa e trabalho, sobretudo entre profissionais de alta qualificação.

 Telefone, TV e videogame

Ao mesmo tempo em que 8 de cada 10 pais admitiram que precisam disputar com a televisão e o videogame a atenção das crianças, 73% dos entrevistados entre 7 e 12 anos disseram que preferem brincar com os pais do que ver TV. O descompasso é nítido, segundo os pesquisadores
O estudo britânico aponta um outro agravante para essa dificuldade de equilíbrio – mesmo quando estão em casa, os pais se ausentam. É comum que o tempo doméstico seja ocupado também com um 'mergulho' em aparelhos eletrônicos e redes sociais. Isso gera um descompasso. “Ao mesmo tempo em que oito em cada dez pais admitiram que precisam disputar com a televisão e o videogame a atenção das crianças, 73% dos entrevistados entre 7 e 12 anos disseram que preferem brincar com os pais do que ver TV e 38% afirmam que gostariam que os pais passassem mais tempo brincando com eles”, afirma Gemma Arranz, porta-voz da rede de lojas de departamento sueca Ikea, que financiou o levantamento global.

Por outro lado, apenas 9% dos pequenos concordaram com a afirmação de que sempre precisam de brinquedos para brincar. Já entre os pais, 47% deles afirmaram que sentem obrigação de ser superprotetores e estão extremamente preocupados em manter as crianças seguras 100% do tempo.

O desequilíbrio é revelado também por uma confissão: 70% dos entrevistados admitiram que regularmente a família se reúne apenas para assistir televisão em silêncio, porque estão cansados demais para conversar.

De acordo com os autores da pesquisa, os problemas afetam todos os modelos de família- tradicionais ou não – porque todas estão inseridas em um contexto de aumento de uso da tecnologia, menos tempo em casa e espaços mais apertados. Mas há esperança. E Liz Fraser, autora best-seller de livros bem-humorados sobre as felicidades e agruras da maternidade/paternidade, diz que é preciso pouco para começar a mudar.

Primeiro, é preciso parar e refletir. “Muita gente não para para pensar. É preciso dispensar as distrações e reuniões pelo telefone. Pode ser um velho clichê, mas é verdade: o tempo passa muito rápido e basta piscar para perder os melhores acontecimentos da vida em família. Encontre maneiras de apreciá-los enquanto eles acontecem”, aconselha Fraser.

Liz Fraser dá cinco dicas importantes para minimizar o problema. Clique aqui para descobrir quais são.

 



Fonte: Saúde Plena

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