sexta-feira, 18 de agosto de 2017

"Ética na política e na sociedade"

A ética no cotidiano e na política brasileira sempre mostrou-se com um viés duvidoso, em parte pela cultura da população nacional e, em parte, pela realidade do governo, que nunca mostrou-se totalmente isento de práticas corruptas, mesmo nos primeiros anos de Brasil. Portanto, nota-se que a moral no cotidiano e na política brasileira deriva de uma cultura secular corrupta e de ilegalidade, aliada à desordem pública regente.

 A colonização do Brasil deu-se, historicamente, de maneira intensiva e exploratória e, como colônia, a região apenas tinha valor no campo da matéria-prima e do abastecimento da metrópole portuguesa. De fato, o mercantilismo existente no século XVI propiciava o distanciamento ético dos colonizadores em prol do enriquecimento. Como jovem nação, o novo mundo incorporou tal desvio moral à sua realidade, o que, lamentavelmente, persiste até os dias atuais. Surge, a partir daí, uma cultura antiética e corrupta, que passou a margear tanto a política quanto o cotidiano social da maneira que Marx chama de determinante: o local onde uma sociedade se estabelece, aliado à cultura apresentada ao povo determina um comportamento.

Além da cultura corrupta, nota-se que a falta de ética brasileira é justificável pela desordem política sempre constante na história nacional. Se em um primeiro momento a realidade monárquica propiciava o abuso do poder e a polarização política, durante a república, a hierarquia constitucional raramente foi respeitada. Segundo Montesquieu, a criação dos três estados (legislativo, executivo e judiciário) diminuiria a concentração do poder nas mãos de um só governante e tornaria a ética uma realidade social. Apesar de adotar tal modelo, a distribuição das obrigações políticas no Brasil não foi respeitada e a corrupção serviu para burlar a hierarquia. Com isso, reforça-se a constante antiética brasileira, que, a partir disso, apenas foi aceita com mais naturalidade política e socialmente.

Como resposta à problemática da cultura e da desordem política como precursoras do desvio ético e moral no Brasil, surge a necessidade do melhor vistoriamento do trabalho governamental pela própria sociedade, para que a divisão dos poderes seja obedecida. Tal ato deve ser alcançado por meio da participação em assembleias abertas ao público e por meio de manifestações organizadas. Além disso, é preciso que as escolas brasileiras pratiquem desde cedo a valorização da ética em detrimento da corrupção, para que as crianças, mesmo jovens, repudiem a ausência da moral e valorizem o caminho ético.


Dissertação argumentativa estilo ENEM escrita pela aluna Júlia Barbassa França da 3ª série A 

*Esse texto faz parte de projeto desenvolvido pela Professora Dra. Priscila Toneli na área de Linguagens e Códigos, coordenada pelo Professor Abimael.

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