quinta-feira, 23 de junho de 2016

"A escolha é sua"

11 minutos. Uma soneca. 11 minutos. Um tempo tirado para lanchar. 11 minutos. Um vídeo na internet. 11 minutos. Um estupro. No Brasil a cada 11 minutos uma mulher é violentada, somente no Rio de Janeiro são 12 por dia. Essa é uma realidade chocante, mas longe de ser alterada, isso porque vivemos em um país com uma generalizada cultura do estupro e que provém da própria cultura machista que diminui e objetifica a mulher e que absurdamente se fortalece a cada dia.

O termo ‘cultura do estupro’ se refere à normalização da violência contra a mulher e que encoraja homens a praticarem agressões sexuais contra as mesmas. Esse termo ganhou destaque após o caso recente da jovem de 16 anos estuprada por 30 homens em uma favela do Rio de Janeiro. Confesso que mais assustada do que fiquei ao saber da tamanha barbárie foi quando, acessando redes sociais, deparei-me com um verdadeiro bombardeio de comentários absurdamente machistas, culpando a vítima pela própria violência sofrida. Foi nesse momento que tive a comprovação de como o Brasil está afundado em uma deplorável e inaceitável cultura do estupro.

O estupro é um dos poucos crimes, se não o único, no qual a vítima é considerada culpada e sabe por quê? Porque a arrematadora maioria das vítimas são mulheres e as mulheres são constantemente diminuídas ao papel de meros objetos dos homens. Uma confirmação disso é o fato desse caso da jovem carioca não ter tido repercussão até que mulheres, principalmente, feministas demonstraram sua indignação e exigiram a punição do crime nas redes sociais, caso contrário ele entraria na gigantesca lista de estupros ignorados pela sociedade brasileira.

A cultura do estupro é ‘filha’ do machismo, dessa deplorável crença de que as mulheres são inferiores aos homens, de que são peças do jogo do prazer do sexo masculino. E mais deplorável ainda é saber que esta cultura é alimentada pelos próprios brasileiros que disseminam o ódio às mulheres e que as culpam por um crime hediondo cometido contra elas mesmas. Enquanto houver machismo, haverá estupro; enquanto existir comentários sexistas que diminuem as mulheres, haverá estupro; enquanto a sociedade brasileira fechar os olhos para a cultura do estupro, haverá estupro; enquanto você fingir que não existe machismo nem cultura do estupro, haverá estupro.

Então você pode agir para combater essa realidade ou pode ignorá-la e tornar-se um cúmplice de todos os agressores desse país, pois a escolha é somente sua.

Texto escrito pela aluna Eduarda de Castro Lacerda - 3ª série "A". 

Professora responsável: Profª Drª Priscila Marques Toneli

quinta-feira, 2 de junho de 2016

"Sob a mira dos paparazzi: a era da lousa digital"

Recentemente, estudantes utilizam um novo método para registrar as anotações da lousa escolar: a fotografia. Apesar das restrições escolares à tecnologia do celular, a prática intensifica-se cada vez mais.

Há discussões entre alguns profissionais acerca do assunto neurológico, ou seja, a cópia manual das informações dispostas na lousa estimula o trabalho cerebral e promove o aprendizado, sendo a fotografia, portanto, um método ineficiente. Em contraposição, alguns alunos afirmam que se trata de um bom método, já que a fotografia lhes permite prestar uma atenção maior no que está sendo dito pelo professor.

Um outro problema discutido é a questão da distração. Apesar do fato de que a escola deve acompanhar a ascensão da tecnologia, o celular pode não ser uma boa opção, principalmente pela infinidade de aplicativos que podem retirar a atenção do aluno.

Entrando novamente na questão neurológica, há pesquisas que comprovam que o cérebro seleciona as atividades por interesse e não por necessidade, acarretando, desse modo, na perda de atenção da atividade mais entediante, ou seja, a aula.

Apesar disso se aplicar à maioria dos alunos, é possível atrelar escola, aprendizado e tecnologia e resolver esses problemas, ensinando os alunos a utilizarem a tecnologia como ferramenta para o processo de aprendizado, e como ferramenta de pesquisa e busca de conhecimento extra.

Não há como negar que o bloqueio da tecnologia na escola é inútil. Trata-se, esta, de uma instituição formadora de novas mentes e deve estar adaptada às necessidades e à realidade dos alunos. Desse modo pode-se garantir maior sucesso e eficiência do objetivo principal da escola: transmitir conhecimento.



Texto escrito pela aluna Mariana Amaral - 3ª série "A".

Professora responsável: Profª Drª Priscila Marques Toneli