terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

"No vidro, o único retrato"

Local: CNSD Uberaba - Ano: 2014 - Crédito Foto: Paulo Rafael

No ar apenas um pombo
O voo apressado
Em busca da passagem
Do lado de lá as migalhas
No vidro ficou perfeita franja
Retrato poético emoldurado
De um pombo acinzentado
Olhos vidrados
Pontudas asas
Fina estampa do bico
Pequenas penas
Penugens esbranquiçadas finas
O corpo no vidro
A alma do pombo
Dolorido retrato
No chão o corpo desalmado.

Por Eliana Prata [Coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental 1]

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Crianças obesas: quem se importa?

Começamos essa matéria com a repetição de uma estatística que evidencia a preocupação da Organização Mundial Saúde (OMS) quando alerta para uma epidemia de obesidade: uma em cada três crianças brasileiras de 5 a 9 anos está acima do peso. Por mais que esse número seja repetido à exaustão, pediatras, nutricionistas e endocrinologistas afirmam que a cada dia recebem mais pacientes nessas condições. Pesquisa recente da UFMG reforça o alarde: 39% dos alunos de escolas particulares de BH estão acima do peso (saiba mais).

De quem é a culpa? A reposta pode levar a um dos grandes dilemas atuais da sociedade. Sabemos que família e escola são os principais atores para incentivar hábitos alimentares saudáveis. Mas outros fatores influenciam esse consumo e talvez um dos mais perversos seja a publicidade dirigida a meninas e meninos. Com discurso sofisticado, associa alimentos muito calóricos e poucos nutritivos ao universo infantil e dificulta a negativa dos cuidadores. Além de a relação com a comida passar culturalmente pelas demonstrações de afeto e amor, não é fácil – e quem é pai ou mãe sabe muito bem disso –, lutar contra o fluxo consumista que pauta a contemporaneidade.



Diante desse cenário de urgência, o Saúde Plena aproveita o início do ano escolar e convida seus leitores a refletir sobre os caminhos para solucionar essa questão de saúde pública. Minas Gerais conta com a Lei da Merenda Saudável nº 18.372, de 4 de setembro de 2009. Ainda não conhece? Clique e leia. Em tramitação há mais de oito anos, o Projeto de Lei do Senado nº 406 de 2005, que proíbe alimentos não saudáveis nas escolas de todo país, pode ser votado em 2014 (conheça o projeto). Ele ainda está nas comissões do Senado aguardando nova votação após emendas. Apesar de não ser unanimidade, quem milita nessa área acredita na interferência do Estado para ajudar a impulsionar a solução do problema. “É uma medida que se faz necessária para que haja prevenção. As crianças obesas de hoje serão os adultos obesos de amanhã. O excesso de peso não complica só o coração, como geralmente se pensa, mas todos os órgãos do organismo e até o esqueleto sofre. O lado emocional é o que mais precocemente é impactado”, afirma o presidente do Comitê de Endocrinologia Pediátrica da Sociedade Mineira de Pediatria, Antônio José das Chagas.

Os dados mais recentes da Secretaria de Estado de Educação, referentes a 2012, mostram que 2,2 milhões de alunos estão matriculados na rede estadual; 1,8 milhões na municipal; 34 mil em escolas federais e 730 mil alunos na rede particular. Na rede pública estadual, as cantinas foram extintas, toda a alimentação é fornecida gratuitamente e não há alimento industrializado. Na particular, no entanto, as escolas ainda não conseguem cumprir a lei. A fiscalização é de responsabilidade da Vigilância Sanitária de Belo Horizonte e, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, é realizada continuamente quer seja em inspeções de rotina ou por meio de denúncias dos cidadãos. O telefone é o 156.


Infelizmente, a rede particular ainda coleciona histórias de mães e pais insatisfeitos com a alimentação oferecida dentro das instituições. P. G. é arquiteta, tem 39 anos e não quer ser identificada. Mãe de duas meninas, uma de 4 anos e outra de 2, ambas matriculadas em período integral, conta que, após inúmeras conversas com a direção da escola onde as meninas estudam, teve que optar por enviar o lanche de casa. “Do almoço eu não tenho queixas, mas o lanche é complicado. A escola não tem uma nutricionista, consultam uma profissional ocasionalmente, e o suco nunca é natural”, comenta. Além disso, segundo ela, a instituição oferece ainda biscoitos recheados, embutidos e danoninho (não indicado para crianças menores de 4 anos). De acordo com a Lei nº 18.372/2009, produtos e preparações com altos teores de calorias, gordura saturada, gordura trans, açúcar livre e sal, ou com poucos nutrientes são vedados nas escolas de Minas.


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Fonte: Uai/Saúde Plena



terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

"Ainda há muito por fazer"


Ainda há pessoas que se preocupam com os seus
Fortalecendo os laços familiares
Ainda há pais que festejam a vitória de seus filhos
Mesmo que pequenas
Ainda há mães que ensinam aos filhos
o valor do respeito
Ainda há casais unidos distribuindo aos filhos e amigos
a firmeza e a ternura
Ainda há esperança nos olhares
Mesmo diante de tantas desesperanças
Ainda há solidariedade nos pequenos gestos
Deixando nos passos o gosto da compaixão
Ainda há pessoas com capacidade de amar o diferente
Aprendendo a aceitar
Ainda há crença em Deus
Mesmo diante de tantos infortúnios
Ainda há pessoas cheias de sabedoria
Educando crianças e jovens
Ainda há pessoas aprendendo a conviver melhor
E há ainda pessoas que compreendem
e são pacientes mesmo diante de tanta pressa
Ainda há pessoas com muita esperança
Acreditando na educação e nas crianças
Ainda há pessoas borboletas
Vestidas de estrelas
Trazendo nos gestos a poesia
E ainda haverá paz no amanhecer.

Por Eliana Aparecida Prata

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Vítimas de bullying na infância ganham salários menores

Londres, Reino Unido. Além dos traumas psicológicos, as pessoas que foram vítimas de bullying na infância têm que lidar com uma vida menos luxuosa. Uma pesquisa realizada pela Universidade Anglia Ruskin, no Reino Unido, revelou que vítimas desse tipo de agressão – física ou psicológica – ganham salários menores que a média.

Segundo os cientistas, as pessoas afetadas por esse tipo de violência chegam a ganhar 2,1% a menos do que profissionais que nunca vivenciaram esse tipo de trauma.

Além disso, 3,3% delas têm menos probabilidade de serem contratadas e 4,1% têm uma dificuldade maior em participar do mercado de trabalho (seja trabalhando ou procurando emprego). “O estudo sugere que os adultos que sofreram bullying na infância são propensos a desenvolver depressão, ansiedade, transtorno de personalidade”, declarou Nick Drydakis, condutor da pesquisa.

Os mais afetados pela prática, em termos de carreira, são homens heterossexuais, gays, lésbicas e imigrantes. Para homens heterossexuais e imigrantes que sofreram bullying na infância, o salário chega a ser 4,1% e 6,1% menor. Já para gays e lésbicas, o número pode ter 12,4% de diferença.

“A maior parte do que se fala economicamente sobre a determinação dos salários se concentra nas variáveis tradicionais de capital humano, como educação e habilidades. Entretanto, como os efeitos do bullying podem afetar o futuro emprego dos indivíduos, isso deveria ser de maior interesse para os economistas”, alertou.

O estudo que descobriu uma correlação negativa entre o bullying e o capital humano aponta ainda que aqueles que experimentaram o assédio moral são 18,5% menos propensos a ter um diploma de ensino superior ou avançado de TI, além de competências linguísticas.

Saúde. O abuso físico ou psicológico na infância também têm interferência na saúde da vítima quando chega à idade adulta, segundo estudo produzido pela universidade Sam Houston, nos Estados Unidos.

Os pesquisadores notaram que os que haviam sofrido bullying tinham uma visão mais negativa sobre sua própria saúde mental e física e demonstravam um percentual de problemas mentais maior do que os outros.


Fonte: O Tempo