quinta-feira, 31 de março de 2016

"O verbete 'corrupção' e seus significados"

A corrupção no Brasil já é um mau hábito e faz parte da sociedade estando ela ligada a ações minimalistas do dia a dia ou tendo atenção pesada da mídia em grandes escândalos políticos. A verdade é que, com o tempo, o significado real de “corrupção” passou a ser esquecido ou alterado, de modo que os brasileiros em geral, também corrompidos por seus pequenos atos ilegais que incluem furar a fila, colar nas provas e comprar produtos pirateados, veem como corruptos apenas os políticos que de alguma forma desestabilizam fortemente a ordem do país.

O que a grande massa se esquece é que a corrupção está mais perto do que parece. Pequenos atos “espertos” pertencentes ao famoso “jeitinho brasileiro” são tão corruptos como o Mensalão, por exemplo, diferindo-se com relação à quantidade e assemelhando-se na ação em si. Acontece que a corrupção seduz, mostra uma facilidade que não seria possível seguindo um caminho “legal”, e o brasileiro, como já é de conhecimento geral, prefere tudo que é mais simples.

Questões como a corrupção são difíceis de serem resolvidas, porque envolvem costumes há muito incluídos na cultura do povo brasileiro. Sabe-se que, historicamente, já no período da colonização, a matéria-prima brasileira era contrabandeada para Portugal em prol do desenvolvimento do Império. Era com certeza um ato de corrupção que dita as regras dos bons costumes até os dias atuais no Brasil. Depois de tanto tempo, corrupção se tornou algo comum quando não afeta fortemente o desenvolvimento social do país.

Em suma, conclui-se que, apesar da grande revolta que a maioria dos brasileiros têm quando se fala de corrupção, este é um ato já incorporado na cultura do Brasil graças a um início histórico conturbado e corrupto que induziu uma evolução temporal caracterizada por esse mesmo valor ético negativo. É triste perceber que apesar da busca constante por justiça, o povo brasileiro não compreende como atos corruptos suas pequenas falhas do dia a dia, que já representam grande influência às futuras gerações brasileiras, perpetuando assim uma linha temporal histórica.



Texto escrito pela aluna Júlia Barbassa França - 2ª série "B"

Professora Responsável: Profª Drª Priscila Marques Toneli

quarta-feira, 23 de março de 2016

"Ser Páscoa"

É ser capaz de mudar,
É partilhar a vida na esperança,
lutar para vencer toda sorte de sofrimento,

É dizer sim ao amor e à vida,
É investir na fraternidade,
É lutar por um mundo melhor,
É ajudar mais gente a ser gente,
É viver em constante libertação,
É crer na vida que vence a morte.
Felicidades.

Autor Desconhecido


Biblioteca CNSD: sugestões de leitura!

"Fronteiras sociais: a cegueira de um povo"

As fronteiras sociais são encarregadas de fazerem as limitações entre duas classes diferentes, atribuindo enormes contrastes sociais às cidades. Esses, no entanto, são descaracterizados pelo efeito da glamourização das favelas, em que atribui a tal população a alegria constante e o cenário propício ao alcance da simplicidade e da felicidade. Essas atribuições se dão pela falta de iniciativa do próprio Estado e da população em consertar os problemas existentes em tal ambiente, tornando-se cegos em meio à caracterização inventada.

A forte ilusão do cenário próspero em favelas é um dos problemas que impedem a melhora da mesma. A felicidade relatada por membros de fora é capaz de iludir a população brasileira, o governo e até a população estrangeira, que, segundo pesquisas do Ministério do Turismo, interessam-se em visitar favelas e interagir com seus integrantes. Essa glamourização é ainda reforçada pela mídia através de programas como “Esquenta” de Regina Casé que retrata a favela como um ambiente simples, mas com música, churrasco, danças e sorrisos.

No entanto, essa retratação agrava as fronteiras sociais existentes entre as classes, uma vez que a acobertação de problemas como o tráfico de drogas, falta de saneamento básico, desigualdade, violência e pobreza são ignorados diante de elogios de uma classe social superior, e, assim, aumenta gradativamente o índice desses problemas.

Tal ignorância diante dos contrastes sociais ainda são capazes de afetar o país como um todo em índices de pesquisas como o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e IFH (Índice de Felicidade Humana), e, mais importante, impede que as comunidades obtenham ascensão, tanto social, quanto em relação ao ambiente em que vivem.

Portanto, a glamourização das favelas é só mais uma das formas de ignorar os problemas sociais crescentes dentro de uma comunidade separada naturalmente por uma fronteira social, a qual alarma justamente esses problemas acobertados por uma população e por um governo que preferem cegar-se diante de uma dificuldade a enfrentá-la.



Texto escrito pela aluna Marina Basso Stival Soares - 3ª série "a". 

Professora responsável: Profª Drª Priscila Marques Toneli

segunda-feira, 21 de março de 2016

"Dia da Poesia"

A poesia para mim
é como sinônimo de alegria.
Toda vez que eu faço uma,
tudo me contagia!

Poesia é diversão,
poesia é canção!
Poesia é paz
que acalma o meu coração.

Quando faço poesia,
solto a minha imaginação.
Pois seus versos
são uma linda canção.

Para mim, toda dia
é dia de poesia.
Pois quando escrevo uma,
meus dias se resumem em alegria!

 Poesia escrita pela aluna Anna Alice O. Caldeira - 6º ano "B" - Ensino Fundamental 2 em homenagem ao "Dia Mundial da Poesia" [21 de março]

quinta-feira, 17 de março de 2016

"A descriminalização do consumo de drogas no Brasil"

Hoje em dia, muito se sabe a respeito das sérias consequências e dos efeitos colaterais que o consumo de drogas traz para seus usuários. Assim, a descriminalização desse consumo, especialmente no Brasil, causaria mudanças drásticas no pensamento das pessoas e em suas culturas, uma vez que com isso as sociedades passarão a enxergar as drogas como algo normal e que pode ser consumido sem gerar danos à saúde.

Segundo o sociólogo Durkeim, o fato social são as regras criadas para a vida social e uma de suas características é a coercitividade, a qual pressionaria os indivíduos a cumprirem as determinações da sociedade na qual estão inseridos. Com base nisso, é possível concluir que a grande maioria das pessoas se sentem pressionadas a não ingerir drogas, justamente pelo fato de ser considerado incorreto segundo a pressão social. Porém, a partir do momento que essa atitude for descriminalizada, sua incidência aumentará e as pessoas passarão a vê-la com certa naturalidade e também aderirão a ela, o que significaria uma mudança no que fora determinado anteriormente por esta mesma sociedade.

Somado ao aumento de consumidores de drogas, virá também o aumento de doenças como enfisema pulmonar, desnutrição, cirrose e câncer no fígado, insuficiência renal, entre outras. Com isso ocorrerá conjuntamente o aumento de mortes precoces, visto que o sistema de saúde público brasileiro não oferece um tratamento digno, abrangente e eficaz e nem todos têm condições de pagar por planos privados de saúde. Isso tudo seria acarretado pela ingestão de substancias, até então proibidas, como a maconha, a cocaína, o crack, entre outras.

Com isso conclui-se que a descriminalização do uso de drogas gerará inúmeros prejuízos para as sociedades atuais e mais ainda para as gerações futuras, as quais conviverão com um maior e mais fácil acesso a essas substâncias e sofrerão as consequências disso. Além de que o próprio Brasil será afetado, posto que com o aumento de mortes precoces e longevidade – um dos critérios para medir o índice de desenvolvimento humano de um país – também sofrerá quedas.




Texto escrito pela aluna Gabrielle Beatriz Rocha de Paiva - 2ª série "A".

Professora responsável: Profª Drª Priscila Marques Toneli

quinta-feira, 10 de março de 2016

"A mulher brasileira"

Já no início dos tempos, o “sexo frágil” era considerado inferior aos homens por ser mais fraco e ter como única finalidade, cuidar da casa, do marido e dos filhos. Acontece que a inferioridade leva à possessão, que leva à violência: um dos problemas mais sérios da sociedade atual brasileira.

O Brasil, apesar do desenvolvimento tecnológico e por vezes social, é extremamente conservador e patriarcal, de modo que muito da sociedade ainda vê como natural a violência contra as mulheres. Foram criadas, como forma de tentativa de contenção dessa mentalidade antiquada, leis que garantem a segurança feminina em casos de violência. A Lei Maria da Penha, inserida no código penal brasileiro após a denúncia de uma mulher com esse mesmo nome contra seu marido que a agredia e causou sua paraplegia, coloca a violência feminina como um crime, e como tal cabível de punições prescritas na lei que vão de advertências até o cárcere.

Em outras partes do mundo, porém, as mulheres são vistas como deusas e até mesmo superiores aos homens per darem continuidade à raça humana, costume de mentalidade muito comum de várias tribos africanas. Vê-se, portanto, que a forma como as coisas são vistas muda de cultura para cultura, mas deve-se ter cautela no modo como manifestar a sabedoria popular, além de que o conhecimento acerca da igualdade de gêneros é de suma importância para o desenvolvimento justo e saudável da nação.

Nesse sentido, deve-se, ao invés de julgar os pontos negativos de culturas diferentes, mirar-se em seus pontos positivos e louváveis, muitas das vezes deficientes no Brasil, uma atitude que deve ser encorajada pelos governantes, por meio de propagandas para todos os públicos de todas as idades, tanto nas redes sociais como nas instituições de ensino, além de que a abordagem do tema nas escolas pelos professores, fontes de inspiração aos alunos, aumentará a consciência dos brasileiros acerca da igualdade de gêneros no Brasil.



Texto escrito pela aluna Júlia Barbassa França - 2ª série "B". 

Professora responsável: Profª Drª Priscila Marques Toneli

quarta-feira, 9 de março de 2016

Gabriel García Márquez relata ter aprendido a ler pelo método Montessori

Aprender a Ler 

Tive muita dificuldade em aprender a ler. Não me parecia lógico que a letra «m» se chamasse «éme» e, no entanto, com a vogal seguinte não se dissesse «éme» e sim «ma». Era-me impossível ler assim. Por fim, quando cheguei ao Montessori, a professora não me ensinou os nomes mas sim os sons das consoantes. Assim pude ler o primeiro livro que encontrei numa arca poeirenta da arrecadação da casa. Estava descosido e incompleto, mas absorveu-me de uma forma tão intensa que o namorado da Sara, ao passar, deixou cair uma premonição aterradora: «Caramba!, este menino vai ser escritor».

Dito por ele, que vivia de escrever, causou-me uma grande impressão. Passaram vários anos antes de saber que o livro era «As Mil e Uma Noites». O conto de que mais gostei – um dos mais curtos e o mais simples que li — continuou a parecer-me o melhor para o resto da minha vida, embora agora não esteja seguro de que fosse lá que o li nem ninguém me tenha podido esclarecer. O conto é este: um pescador prometeu a uma vizinha oferecer-lhe o primeiro peixe que pescasse se ela lhe emprestasse um chumbo para a sua rede e, quando a mulher abriu o peixe para o frigir, tinha dentro um diamante do tamanho de uma amêndoa.

Gabriel García Márquez, in ‘Viver para Contá-la’ 

Fonte: Conti Outra

quinta-feira, 3 de março de 2016

Desastre ambiental em Mariana: acidente ou crime?

No dia 5 de novembro de 2015, 33 milhões de rejeitos de minério de ferro vazaram por conta do rompimento da Barragem do Fundão, em Minas Gerais, controlada pela empresa Samarco. O desastre deixou 15 mortos e impactos incalculáveis ao meio ambiente e às populações afetadas. No entanto ainda resta uma questão a ser respondida: afinal, o desastre foi acidente ou crime?

Utilizando o slogan “desenvolvimento com envolvimento”, a mineradora Samarco se mostrou bem distante dos ideais apresentados ao agir com total negligência na prática das leis ambientais, na manutenção da barragem, a qual já havia sido classificada como de “dano potencial alto” por especialistas, e na segurança da população que vivia perto da área de extração, pois a empresa, obrigatoriamente, deveria oferecer um sistema de alarme à população para casos de acidentes. Esse descaso justifica a tese de crime.

Tal negligência gerou o que foi considerado o maior desastre ambiental criminoso do Brasil, causando inúmeros impactos ambientais como a contaminação do Rio Doce pela lama tóxica, impedindo a existência de vida no rio, que ainda está sem previsões de recuperação e que era também um importante meio de sustento para as populações ribeirinhas. Outro agravante foi o avanço da lama até o estado do Espírito Santo, afetando 35 cidades e chegando ao oceano atlântico, berço de espécies essenciais para o equilíbrio ecológico do planeta. Em adição existem também os prejuízos socioculturais, pois o moradores de Bento Rodrigues, município mais afetado, perderam todo seu patrimônio material ou imaterial e necessitarão reescrever uma nova história.

É importante lembrar que na principal área de extração de minério de ferro do Brasil, Serra dos Carajás no Pará, a lavagem dos rejeitos é feita a seco, método seguro e sustentável, muito utilizado em outros países, o qual a mineradora Samarco decidiu não adotar por ser mais caro, deixando claro que o lucro foi colocado acima da segurança ambiental, o que reforça a tese de que a tragédia não foi um mero acidente.

Assim, ao agir com negligência e optar por métodos não sustentáveis, a empresa Samarco assumiu o risco de acidentes, o que coloca o desastre como sendo um crime culposo, quando se faz algo possível de ser evitado. Para impedir que outros desastres, como o de Mariana, ocorram, é necessário que o Governo reforce a fiscalização nas barragens para garantir o cumprimento das leis ambientais por meio de uma plano efetivo de multas e autuações e, caso não estejam sendo cumpridas, cabe às autoridades responsáveis cobrar as multas das mineradoras omissas. Somado a isso, por parte da Mídia, seja televisiva, radiofônica ou mídias sociais, deve-se pressionar as mineradoras para o correto cumprimento das sanções e recuperação do patrimônio perdidos, com reportagens, denúncias e manifestações a fim de que sirva de exemplo para que outros desastres sejam evitados.

Texto escrito pela aluna Eduarda de Castro Lacerda - 3ª série "A". 

Professora responsável: Profª Drª Priscila Marques Toneli