sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

"Que no Natal"

Os pássaros façam-lhe um coral de bom dia!
Olhe para o céu e veja a grandiosidade do universo
Sinta a brisa devolvendo-lhe o oxigênio suavemente
A água possa curar todas as feridas
A calmaria invada sua alma
Possamos dividir dores e também
Partilhar alegria
A paz esteja nos corações aflitos
A fé renove o seu olhar
Sejam tantas e tantas emoções para viver
Cantemos a luz do sol com toda energia
Deus derrame sobre você e os seus familiares a luz
Abrindo novos caminhos
Amemos uns aos outros sem distinção
Façamos um círculo de ternura
Porque juntos somamos mais
Somos mais fortes
E encorajamos uns aos outros
Porque somos filhos do universo
Irmãos das estrelas
e merecemos estar aqui
e devemos fazer a nossa parte
e construir a nossa história de amor universal.

Texto escrito pela Coordenadora Eliana Prata

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

“O histórico desafio de se valorizar o professor”

A educação é a base para qualquer país ou sociedade. Desde 1932, entretanto, a carreira de professor vem sendo cada vez menos procurada. Fatos históricos comprovam que o investimento na educação gera resultados a médio e longo prazo, logo é necessário tornar essa profissão mais atrativa para que ela não seja esquecida pelas próximas gerações.

Entre as dificuldades enfrentadas por um professor no Brasil, destacam-se os salários pouco expressivos e a falta de condições de trabalho. Não é recompensador aos olhos da população, mas como surgirão bons médicos e engenheiros para o mercado de trabalho com um ensino básico tão precário?

O grande fator político que interfere diretamente na desvalorização do professor é a falta de investimento na educação, que gera uma carência de estrutura e material didático adequado para o ensino. Como poderiam os alunos se interessar por uma profissão mal remunerada e sem boas condições de trabalho?

Portanto o Magistério é uma profissão que perdeu o seu destaque com o tempo, necessitando que medidas sejam tomadas quanto a isso. Sendo assim, o governo deve passar a investir em materiais didáticos de boa qualidade e em escolas mais bem estruturadas ao redor do país, proporcionando, então, a valorização profissional. Assim, sob tal perspectiva, o Brasil poderá evoluir culturalmente; afinal, a educação é a base para qualquer sociedade.




Aluno Gabriel Paredes Ferreira
9º ano "B"
Professora: Thaise Hoyler Albuquerque

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

"Como estão os nossos professores?"

A qualidade da educação brasileira já vem gerando críticas e julgamentos negativos há algum tempo. Porém atribuir tal responsabilidade aos professores – figuras infelizmente degradadas em contextos sociais e econômicos – é algo totalmente inadequado e desconectado da realidade em que vivemos. A veracidade desse fato é comprovada pela perda do prestígio não só aquisitivo como também social ao longo da história.

Inicialmente, escolher ser educador era ser um exemplo de integridade e de importante formador pessoal. O que muitas vezes não é depreendido pela sociedade em geral é que essa importância nunca mudou, houve apenas uma alteração no que se refere ao reconhecimento da profissão, seja através de práticas democráticas, por meio das quais se inserem os órgãos do governo, ou apenas mudanças nas atitudes e eficiência escolar.

Ao fazermos uma correlação entre a importância dos educadores como formadores pessoais e o seu ganho aquisitivo, fica clara a sua desvalorização. Modificar essa situação, portanto, exige mobilização de todos, inclusive a deles próprios, como reconhecedores de sua efetividade para lutar por ela, eliminando barreiras que impeçam um ensino de qualidade e motivando outros setores da sociedade.

Diante da premissa de que formar bons alunos é e sempre foi fundamental, faz-se necessária a criação de meios que visem à valorização do professor no panorama educacional. O governo e membros relacionados à educação devem trabalhar em conjunto, buscando meios de inovação para reutilizar o tempo em sala de aula de forma a criar bons agentes para o futuro.

Afinal, são as fontes do saber que movem o mundo.



Aluna: Maíla Borges Marques
9º ano "A"
Professora: Thaise Hoyler Albuquerque

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

“O histórico desafio de se valorizar o professor”

É fato que o papel dos professores é, e sempre foi, imensamente necessário para a formação do indivíduo, porque, como já dizia o filósofo Immanuel kant, “O homem é aquilo que a educação faz dele”. Todavia esses educadores não fazem parte das profissões valorizadas e elogiadas da atualidade; além disso, essa carreira deixou de ser algo que antes era de grande respeito.

Esses profissionais não recebem o que lhes é equivalente por tudo o que fazem, incluindo jornadas de trabalho longas, baixa remuneração e atrasos nos salários. Tornou-se cada vez mais complexo exercer essa posição, em que são desvalorizados, mesmo sendo tão importantes.

É possível notar a desvalorização e o desrespeito que ocorre com esses profissionais a partir das greves que ocasionalmente acontecem no Brasil objetivando aumentar a glória de tais educadores. Todos esses fatores fazem com que muitos indivíduos que têm vontade de seguir essa carreira desistam, em vista de como está a situação dos professores.

Os educadores, em especial os professores, ainda não estão tão perto de receber seu devido valor. Para que a situação comece a mudar, é primordial que a Câmara dos Deputados coloque em pauta o assunto da atualização de seus direitos, dando ênfase em relação à remuneração. Além disso, a sociedade deve compreender o papel essencial dos professores, fazendo com que os alunos os respeitem.




Aluno: João Lucas Sousa Moreira
9º ano: "A"
Professora: Thaise Hoyler Albuquerque

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Sala de Apoio CNSD

Sala de Apoio CNSD oferece atendimento educacional especializado com o objetivo de propiciar oportunidades para a inclusão e aprendizagem.

Atividades de Ciências























Atividades de Ensino Religioso [O nascimento de Jesus]














Atividades de História [Proclamação da República]























Atividades de Geografia












Atividades de Leitura



































sexta-feira, 17 de novembro de 2017

"O Amor"

Aqui em Verona, todos nos conhecem. Somos os Capuleto. Todos conhecem, também, os Montecchio, nossos inimigos. Mas quem diria que o amor poderia ser tão traiçoeiro a ponto de eu, Julieta, a única filha de meu pai me apaixonar por Romeu, o único filho do maior inimigo de meu pai?

Na noite do baile eu estava muito feliz e ansiosa, afinal havia muito tempo desde que meu pai dera uma festa. Não demorou muito para nossa casa lotar. Pessoas de toda Verona, de todas as idades. Mas uma em especial me chamou atenção. Ele era magro, um pouco alto, com os cabelos castanhos e olhos claros. No momento em que o vi, eram borboletas em meu estômago, voando para todos os lados.

Depois da dança, ele veio me procurar. Fomos até uma sala onde não tinha ninguém. Ele tirou a máscara. Meu peito queimava. Ele reluzia. Bem que diziam que o amor é fogo que arde sem se ver. Ele dizia palavras lindas, sua voz era música para meus ouvidos. Minha pele queimava ao seu toque.

Após alguns segundos de intenso silêncio, ele se aproximou, bem lentamente, como se pedisse minha permissão. Meu coração quase pulou do meu peito. Ele me beijou. Milhões de sentimentos. Senti seus lábios quentes se encaixarem carinhosamente nos meus, que eram frios. Foi como se o tempo tivesse congelado. O mundo parou. Depois do beijo, um abraço que uniu nossos corações.

Quando descobri quem era que me fazia sentir daquela forma, me senti arruinada. Ele era meu inimigo. Como pode ser tão contrário a si mesmo o amor?



Texto produzido pela aluna Karoline S. Oliveira - 1ª Série "A" Ensino Médio

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Família & Escola - Parceiros possíveis e necessários

Na teoria e na prática seu melhor parceiro 
Madressilva Magalhães

 Quando explicamos ou falamos com o aluno, será que ele entende realmente? Devemos ficar atentos ao vocabulário, falar de formas diversificadas, explorando os órgãos dos sentidos, pois há várias formas de se comunicar e entender o outro. Como o aluno está percebendo, observando e absorvendo tudo?

O professor deve se preocupar com acolhida todo dia, observar se há aluno sofrendo ou fazendo bullyng, ficar atento às brincadeiras inadequadas. Muitas crianças sofrem com brincadeiras com o nome. Madressilva sofreu com isso, na hora do recreio os colegas gritavam: Madre cadê o padre? Ela ficava chateada. Um professor conversou com ela e mostrou-lhe que madressilvas eram pequenas florezinhas, lindas e muito perfumadas à noite, que existiam muitas no Sul, por isso o escritor Érico Veríssimo colocou-as no livro Olhai os lírios do campo.

É importante o professor fazer a criança entender que ela é única e não deve ligar para o que os colegas dizem sobre ele, individualmente fortalecer quem está sofrendo. Isso melhora a autoestima, deve-se ter conhecimento para fazer as intervenções e fazer o aluno olhar por outro prisma. O conhecimento faz abrir caminhos e o sujeito fará suas escolhas de forma mais tranquila.

Sabemos que a parceria é necessária e possível, apesar de estar complexa. Escola, família e comunidade necessitam estabelecer um ponto de intercessão mais abrangente. Quanto mais sobreposição das esferas, maior a influência, maior a articulação entre a tríade. É importante observar onde se pode melhorar, qual área deve ser trabalhada para que haja uma intervenção própria e eficaz. É preciso trabalhar a igualdade e o respeito às diferenças. Entender a aldeia, compreender a família, trazer a família para a escola, lidar com a família de forma harmoniosa para haver uma parceria verdadeira. É preciso viver em harmonia com a família e a comunidade, pois temos especificidades e devemos respeitar as diferenças e o espaço de cada um.

"É necessária uma aldeia inteira para educar uma criança” - provérbio africano

Entender o mundo para perceber a influência dele sobre todos, inclusive os alunos.

O discurso que a família dá educação e escola dá instrução é ultrapassado. A missão é de todos, da família, da escola e da comunidade. Os papeis são inseparáveis, quando a família entrega o filho para a escola, não é o fim da sua missão, o mesmo ocorre com a escola, não entregamos a responsabilidade, somos co-responsáveis.

Outro discurso feito pela escola “os pais que mais precisam ir à escola são, precisamente, aqueles que nunca vão lá” e que deve ser revisto. Problemas com adaptação, comportamento e dificuldade de aprendizagem vêm aumentando. Porque o aluno é assim...

Antes os filhos tinham uma interação vertical, os pais e os professores falavam e os filhos e alunos obedeciam. Hoje têm uma interação horizontal, os alunos reclamam, opinam de igual para igual, questionam, este é o panorama da nova aldeia.

As características da nova geração e da aldeia são:
• As informações são numerosas e rápidas.
• Os alunos são visuais – tudo está na palma da mão, por isso têm necessidades do celular e da tecnologia de última geração.
• Mudam o foco de interesse rapidamente.
• Exigem mais dos pais financeiramente para manter a tecnologia.
• Pais tem um filho, porque criança é cara.
Afinal somos Jo ( jovens ) ou Ju (jurássicos)?

Quem é Ju tem espelho na bolsa, Jo usa o celular para retocar a maquiagem.

A tendência do filho único impacta na escola. A convivência, aprender a dividir era feito em casa com os irmãos, que eram quatro ou mais filhos. A solidariedade era ensinada em casa, porque tudo deveria ser dividido. Hoje não se divide nada, cria-se um reino encantado, trata o filho como um bibelô. O filho domina em casa e domina os pais. Quando passa a conviver com seus pares, passa a ter conflitos na escola, afinal é no grupo que se aprende a relacionar.

Na família, não há mais um provedor, há igualdade de gêneros, ambos trabalham. A criança aproveita disso, faz a leitura do cenário, vai até o pai quando a mãe diz não, vai até a mãe quando o pai diz não. Manipula. O lazer da família é no shopping, lugar de consumir. Consumir quer dizer felicidade. A família não pensa, atende ao desejo dos filhos.

Hoje os pais são mais velhos, porque estudaram e cuidaram primeiro da profissão, são superprotetores, acabam levando suas inseguranças para os filhos e para a escola. A escola deve acolher e orientar a família.

A responsabilidade da escola para trabalhar a convivência é grande, a criança aprende a conviver e a aceitar os colegas na escola.

E a escola por outro lado não alcança o tipo de profissão do mercado, afinal ensina sempre para as profissões que existem, não educa para a profissão que não existe, não educa para a criação, para a iniciativa. Houve mudança no mundo e a mudança foi rápida e as profissões também surgiram de repente, criadas por crianças e jovens antenados: youtubers, chefs, que ganham muito bem. Então para que estudar?

O que interessa para essa geração é o affordance, que é o potencial de um objeto para ser usado como foi projetado para ser usado. A geração utilitária é antiga. Os jovens percebem que o que não é útil, deve ser descartado. O pensamento do jovem é diferente, não precisa da utilidade do objeto, um teclado, por exemplo, para quê, não é útil.

Se há mudança no desenho familiar. Muda-se também o papel da escola. Muda a expectativa do aluno em relação à família. A família não dá limite, não diz não. A escola deve dar o limite e dizer não.

Saímos da unidade de produção para a unidade de consumo. A família hoje se preocupa com o afeto, o filho deve ser feliz. Ter sucesso é ser feliz. A expectativa da escola não mudou, o desejo da escola é ter alunos pacíficos, obedientes. Qual é o perfil dos alunos que temos hoje?
1) Cheguei chegando – um bando, tagarelas, bagunceiros.
2) Que tipo de aulas a escola oferece aos alunos?
O professor dá uma aula expositiva e exige que ele aprenda, que faça os exercícios corretamente, porque ele explicou.
3) E como os alunos respondem?
Nada sei nada, nada desta vida.
Não entendi nada.
4) É preciso entender os discursos.
Alô! Alô marciano, aqui quem fala é da terra.
Discurso não funciona, cria-se um movimento de onda,
E o aluno responde - tô nem aí, tô nem aí
Oh! Sim
Eu estou cansado
Na sala de aula é infeliz
No recreio, os alunos são felizes, fazem selfies
Ela não anda, ela desfila, ela é top...
5) Professor frustra-se.
E aí, eu comecei a cometer loucura. ( Ex: jogar o celular do aluno no chão)
O professor esquece qual é o seu papel, pelo exemplo, começa a perder a essência.
6) Os alunos falam que querem outra chance.
Só mais uma vez, amanhã talvez, só mais uma vez.
O professor dá outra chance. Enquanto isso chega até a escola a violência contra a professora. O Brasil lidera violência na educação contra professor e aluno.
7) É preciso mudar a aldeia.
Sabe o que eu queria
Que não me dissesse nada
Não me perguntasse nada também
Mas a vida é louca
Meus amigos são amigos de ninguém
Morar no interior do meu interior
Eu quero algo pra beber...

Precisamos fazer o exercício de transformar pessoas, vidas, mudar a aldeia global. Como?

Assumindo verdades irrefutáveis, mudar posturas.

O que é mais importante é a natureza do negócio.

Precisamos fazer um serviço de qualidade aos estudantes, o contrato de prestação de serviço educacional deve ser da melhor qualidade.

Que estratégias funcionam? –O ponto de tensão deve ser ótimo, nem tão estressante e nem tão frouxo.

É preciso equilíbrio, estabelecer espaço, até onde a família vai? Qual é o papel da escola? Até onde a família pode interferir?

A escola tem que ter conhecimento e argumentos, ter postura de liderança, conhecer o negócio.

Fazer reuniões de pais, apresentar o planejamento, fazer momentos privilegiados.

Fazer reuniões individuais para fazer pontuações necessárias sobre o aluno e ouvir também os pais e alunos.

Fazer reuniões coletivas – ter tema, ser instrucional, ser de ouvidoria, pensar no contexto.

Trabalhar a sexualidade, drogas, gêneros, precisamos acolher as novas famílias e orientar os pais.

Abrir espaço para ouvir – não se defender no mesmo instante. Ouvir é um exercício importante para começarmos a entender o panorama das famílias com quem trabalhamos.

Esclarecer aos pais o que a escola fez com as propostas apresentadas por eles.

É necessário receber, filtrar e dar respostas. Ouvidoria não é contrapor. É criar espaço para os pais ter vez e voz.

Os eventos comemorativos devem ser com a família, isso faz aproximar e abre o diálogo. A família deve participar dos projetos, ficar só assistindo os filhos, não agrega nada, o interessante é que os pais façam junto com o filho. A escola deve abrir espaço para a família participar.

É preciso descobrir a forma mais eficaz e eficiente de comunicar os princípios e os valores da escola.

A comunicação escola-família deve ser transparente, sem ruídos, saber escolher bem os canais de divulgação para que ela seja de forma clara e oportuna. Decidir as estratégias de comunicação em equipe, respeitar os princípios da ética e da coerência.

Entender qual canal a escola deve usar para atingir os alunos e os pais. Proibições não resolvem, é preciso aprender a lidar com as tecnologias para aproximar. Fazer painel de comunicação.

Entender os ruídos para mudar as estratégias.

Romper com os rótulos com relação às crianças, aos adolescentes, no conselho de classe se rotula o aluno para o professor do ano posterior.

Professores afirmam que os alunos não gostam de estudar, não escrevem, não tem compromisso... Deixe o professor do ano seguinte descobrir qual é o perfil do aluno, pode ser que se surpreenda.

Mudou-se o perfil, hoje os alunos são contestadores, porque foram educados nesse ambiente. Reclamam de tudo, não gostam de tarefas rotineiras, que não são bem explicadas e não conseguem realizá-las na prática. Os alunos são ansiosos, impacientes, multifuncionais, não têm compromisso com eles próprios, nem com o que acreditam e estão fascinados pelas novidades. É uma geração que quer ser ouvida pelos seus canais de comunicação. Por isso é importante a escola se atentar para o canal de comunicação que permita a opinião do aluno.

Todo aluno tem direito à educação e é evidente que os pais também têm o direito de ser exigentes, de cobrar da escola o melhor. Os professores devem ser líderes inspiradores, devem investir na formação dos vínculos, pois a afetividade é o canal para recuperar a aprendizagem, impulsionar, apontar caminhos e reconstruir a esperança. Observem os grandes líderes, passaram por grandes obstáculos para conseguir o seu objetivo.

Há uma banalidade do mal na escola, do mal pedagógico – o mal não se enraíza numa região mais profunda do cérebro, não tem estatuto ontológico, pois não revela uma motivação. O mal é superficial, o bem é profundo. Quanto mais superficial alguém for, mais provável fazer o mal. É preciso entender a nossa essência, o professor pode ajudar o aluno a entender isso e também se entender. Cumprir normas é banalidade do mal pedagógico. A essência da pessoa é transformar o mundo e as pessoas, isso sim é importante e faz a diferença.




Texto elaborado por Eliana Aparecida Prata a partir da palestra oferecida pelo Sistema de Ensino Bernoulli em BH dia 21 de outubro de 2017

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Redação adaptada para o vestibular da UFU

Uberaba, 30 de agosto de 2017.

Prezado professor Leandro Karnal,

Tenho participado, desde 2015, de um grupo de escritores paulistas, cujo projeto resume-se em arrecadar coletâneas de textos virtuais e expô-las no Museu de Língua Portuguesa. Realmente, impressionei-me com a semelhança entre o nosso trabalho e o texto publicado pelo senhor, que tão bem traceja limites à liberdade de expressão. Nosso principal objetivo, meu e dos meus colegas, sempre centrou-se em trabalhar a linha tênue entre a opinião e o discurso de ódio, que tanto se confundem nas publicações atuais. Como professor, deve conviver diariamente com os extremismos que se passam por liberdade de expressão entre seus alunos e que, não raramente, ofendem os interlocutores. O fato, professor, é que, de um lado, parece-nos faltar limites à construção de opiniões e, de outro, o entendimento da língua.

De fato, como escritora, e agora não trato apenas do meu projeto, de que já lhe falei, deparo-me com inúmeros casos de interpretações errôneas sobre o que digo e o que escrevo, haja vista que nós, você e eu, usuários da língua portuguesa, construímos e descontruímos opiniões o tempo todo. Noto, no entanto, que várias vezes o maior defeito não está no escritor, mas no leitor. A interpretação linguística é sim de suma importância em um contexto e, em muitos casos, os brasileiros não se desgarram do denotativo para interpretar uma ironia ou uma metáfora. Cria-se, assim, frases e “verdades” não ditas. A liberdade de expressão, professor, é um direito que existe e, como tal, merece ser bem interpretado antes de julgamentos.

É claro que, obviamente, o discurso de ódio é muitas vezes pensado e escrito. Nesses casos, o maior problema torna-se a mentalidade do criador das opiniões, que as compartilha sem limites. Em nosso projeto, notamos grande extremismo em certas publicações, principalmente naquelas ligadas à política e à sexualidade, em resumo, tabus sociais. A explicação, professor, está na história: a liberdade de expressão é um direito de bases relativamente recentes, ainda que não seja bem utilizada por alguns cidadãos. O fim da Ditadura Militar trouxe consigo o retorno da voz social, esquecida desde a primeira República. Como professor, deve lembrar-se do tempo em que mesmo a grade curricular de ensino era controlada, e as manifestações, duramente reprimidas. Não se sabe ainda lidar com limites que protejam a individualidade dos brasileiros, pois a ânsia de se expressar uma opinião é muito grande depois de tanto tempo de silêncio.

Concordo com o senhor é claro. Em tudo há limites e consequências. Já é hora de diferenciar o que é útil do que é ofensivo, para que possamos nos comunicar melhor.

Atenciosamente, Josefa.




Texto produzido pela aluna Júlia Barbassa França da 3ª série Ensino Médio a partir de uma proposta de redação adaptada para o vestibular da UFU.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

"Atenção e caridade"

Tema: Visita ao Asilo Santo Antônio - Setembro / 2017
Título: Atenção e caridade

No Asilo podemos conversar com os idosos e saber sobre suas vidas. O que gostam de fazer, quais eram suas profissões, onde moravam, quais seus nomes e idades, eram nossas perguntas mais simples.

É perceptível a falta que alguém faz para conversarem e para se entreterem . O pouco tempo que estivemos lá, pudemos perceber também o quão carentes são. Suas boas energias se espalhavam pelo ambiente todo e entravam em nossos corações, podendo ser como a chave correta atingindo nosso espírito e tocando nossa caridade e amor.

Não há do que reclamar sobre a limpeza e os cuidados geriátricos, além, é claro de sermos muito bem atendidos e direcionados. Um bom palpite seria de termos mais visitas como essa em nossa escola, para ver se aprendemos a ser mais simples, respeitosos, caridosos e principalmente mais atenciosos um para com os outros.



Texto escrito pela aluna: Clara Hoyler Teixeira 

Turma: 7º ano "A" – Ensino Fundamental Anos Finais 

Disciplina: Ensino Religioso 

Professor: Wanderson R. Ferreira

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

"Educação brasileira: um sistema em colapso"

Diferentemente do que ocorreu no Período Militar, quando o governo investia maciçamente na área educacional, ocorre, na atualidade, um descaso governamental perante o ensino da população. Esse descaso ocorre devido à ausência de um Estado forte e à menoridade intelectual dos brasileiros que não reivindicam por uma educação de qualidade. Tais situações acabaram por acarretar no caos que se encontra a educação atual.

Dessa forma, a ausência do Estado forte idealizado por Hobbes, no qual por meio de um controle estatal rígido há a garantia de paz e de ordem social, influenciou na péssima administração da educação nacional, uma vez que o Estado não promoveu fiscalização nem provas que comprovassem a qualidade do ensino transmitido aos alunos. Além da falta de fiscalizações, há a falta de investimentos na área, o que acarreta em uma infraestrutura de baixa qualidade e um ensino precário.

Juntamente ao Estado fraco, há, na sociedade brasileira, o estado de menoridade teorizado por Kant, o qual significa a falta de senso crítico do indivíduo perante um conhecimento. Logo a ausência de criticidade impossibilita que ele crie um entendimento próprio e individual sobre o assunto. Essa menoridade intelectual permite a alienação da população perante os interesses de uma classe dominante, uma vez que os indivíduos desprovidos de senso crítico adotam esses ideais como sua ideologia, o que promove a criação de um obstáculo para as reivindicações. Isso ocorre pois o cidadão acredita que “seus” ideais estão sendo preservados, o que impede que ele se revolte. Essa situação é presenciada na área educacional, uma vez que os brasileiros pagam uma das maiores cargas tributárias e não as veem sendo revertidas em investimentos. Em contrapartida, não se presencia frequentemente reações de protestos sobre o assunto, o que comprova a alienação social.

Tendo em vista isso, é possível perceber a necessidade de investimento na área educacional e sua consequente fiscalização. Isso pode ser efetivado pelo apoio governamental juntamente com o Ministério da Educação por meio de investimentos na melhoria da infraestrutura das escolas e na melhoria da qualificação dos profissionais da educação. Faz-se também necessária a implantação da educação politizadora de Paulo Freire, a qual visa a formação de um senso crítico pelo indivíduo. Isso pode-se efetivar com o apoio do Ministério da Educação juntamente com a sociedade por meio da implantação de matérias como empreendedorismo e ética no currículo escolar obrigatório, visando quebrar os obstáculos das reivindicações. Dessa forma, essas medidas, em conjunto, podem possibilitar melhorias no sistema educacional brasileiro.



Aluna: Ana Letícia Borges

3ª série - Ensino Médio

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Reconto em rimas: "Lenda do Guaraná"

Há muito tempo
Em uma tribo distante
Nasceu um indiozinho
Com uma beleza brilhante.

Jurupari, deus do mal
Invejou o indiozinho
Com o bote mortal.

A notícia se espalhou
E a tribo assustou
Com a morte do pequeno índio
Tupã se espantou e com força trovejou.

A mãe que chorava desesperadamente
Encontrou consolo na mensagem de Tupã
Plantou os olhos do indiozinho
para a tribo ter felicidade amanhã.



Texto produzido pela aluna Maria Clara Vieira Bessa - 3º ano Ensino Fundamental Anos Inicias durante a atividade extraclasse - Produção de Texto - com a Professora Lidiane Miranda.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

"O tudo e o nada"

Era um fim de tarde ensolarado em que eu seguia a caminho de uma viagem de negócios. Sentia inúmeras espécies de borboletas brincarem no meu estômago. Maldita ansiedade. Podia explicar aquilo apenas por estar à caminho de algo extremamente importante, quase tudo para mim, algo que mudaria minha vida e bem mais do que eu imaginava.

O tempo foi passando e eu, sozinha naquele carro, ouvia músicas no rádio e tentava me manter acordada, sabia que não podia parar para descansar, pois assim chegaria atrasada. Duas horas depois, eu comecei a sentir minhas pálpebras pesarem, já não podia contê-las e cada piscada se tornava um momento maravilhoso de alívio do sono.

De repente aquele alívio se tornou longo demais. Abri os olhos assustada e percebi uma luz muito forte se aproximando cada vez mais. Foi então que eu ouvi o estrondo, não houve o que fazer. Senti o cinto de segurança desprender e uma dor horrível ao bater no vidro e voar para fora do carro. Cai com muita força no chão e, enquanto passava um filme de memórias na minha cabeça, pude ver um carro se aproximando.

Não consegui me mover e o veículo passou por mim como uma pedra qualquer. Rolei pela estrada, caindo em uma ribanceira e sentindo a maior dor que já tinha sentido até então. Olhei ao redor e só havia mato. Olhei o meu corpo e percebi que agora eu só possuía uma perna. Chorei como uma criança desesperada, enquanto via a poça de sangue que se formava ao meu lado e perdia todas as minhas forças.

Acordei. Senti-me mais leve, meu corpo parecia estar iluminado e eu tinha duas pernas novamente. Comecei a andar e me recordei de tudo o que havia ocorrido. Foi então que conclui: eu estava morta. Não houve reação, saí correndo aos prantos e suspeitei estar em um cemitério. Alguns passos depois e encontro minha família e amigos em volta de um caixão. Quase todos choravam lágrimas de tristeza e de saudade. Um velório triste e comovente.

Sentia-me leve, arrependida e principalmente vazia. Sabia que ninguém me via ou ouvia. Comecei a me lembrar de toda minha vida e me arrepender de incontáveis fatos. Talvez ainda nem tivesse aproveitado o suficiente; agora seria impossível. Observei meu caixão ser colocado na cova; na lápide estava meu nome e uma bela foto. Depois vi todos seguirem seu rumo. Então, sentei em meu túmulo e foi aí que percebi: agora eu era pó. Em uma piscada de olhos, passei de “tudo” ao “nada”! E assim foi o meu fim.

Nota: Este relato é produzido a partir da perspectiva de um narrador que é defunto-autor. 




Aluna: Silvia Rosa Prieto Urzêdo 

1ª série "A" - Ensino Médio 

Profª Drª Priscila Toneli

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

"Felicidade"

A ciência por muito tempo não enxergou a felicidade. Só em 1998, Martin Seligman, pesquisador da Universidade da Pensilvânia, especialista em depressão, deu uma palestra e pediu que os cientistas começassem a se preocupar com as qualidades humanas e não com os defeitos. Então surgiu a psicologia positiva que descobriu que a felicidade está sob nosso controle e que não precisamos ficar inertes, esperando ela dar as caras. Descobriram o que você pode fazer para ser mais feliz e não é pouca coisa.

O primeiro passo para conhecer a ciência da felicidade está em entender como o nosso cérebro registra o tempo. Para eles, o presente não existe. Dura poucos segundos antes de se tornar uma memória armazenada na nossa cabeça. Esse fato é o maior obstáculo para a felicidade. Para que sintamos felizes no presente, algo de bom teria de acontecer conosco o tempo todo.

Não dá para ser feliz o tempo todo. O segredo está em armazenar e criar memórias felizes, que poderão ser revisitadas para sempre. O criador dessa teoria é Daniel Kahneman, psicólogo obcecado em entender como o nosso cérebro funciona. Segundo ele, o presente não dura mais que três segundos. Vivemos entre o eu do presente e o eu do passado e somos feitos essencialmente de memórias. Para ser mais feliz, então, é preciso mexer no passado.

Para o psicólogo, os dois eus não costumam concordar. O eu presente é péssimo em influenciar a nossa felicidade, que foi determinada pelos acontecimentos mais recentes.

O que a neurociência coletou para aumentar a felicidade?

Como hackear o passado – mexa no presente para deixar o passado do futuro mais feliz.

1- Multiplique as boas lembranças – viaje para dois lugares diferentes.
2- Gaste seu dinheiro com experiência, não com objetos – gastar dinheiro com coisas que ficam na memória, que gerem sensações: as experiências. Invista num show de que você goste.
3- Não se preocupe com os momentos ruins da vida – seu cérebro vai transformá-los em algo bom – quando falamos sobre os pontos baixos da vida, nossa percepção sobre eles muda. O acontecimento ruim pode virar anedota ou numa experiência de formação de caráter no futuro.
4- Mude a rotina – agite o dia. É a maneira simples de hackear a memória.
5- Deixe o melhor para o final – deixe as atividades prazerosas para o final do dia.

O poder do foco – meditação é um bálsamo para a mente. Diminui a ansiedade, o estresse, a dor e a depressão.
1 – Coloque-se numa posição confortável;
2 – Marque o tempo no celular;
3 – Feche os olhos;
4- Concentre-se nos movimentos da sua respiração, observando a entrada e saída do ar;
5 – Um mantra pode ajudar;
6 – Observe os pensamentos que vêm e vão, sem se engajar neles. O essencial é não deixar o cérebro escapar para pensamentos aleatórios;
7. Coma meditando;
8. Ande meditando – foque para não dar espaço à ansiedade ou sofrimentos.

O estado de graça (flow – fluxo) – mais prazer – passar tempo com os amigos íntimos; socializar depois do trabalho; relaxar; almoçar; jantar.

Somos capazes de botar o nosso cérebro em um estado mental prazeroso quando quisermos. O flow exige imersão e concentração, usar o cérebro no limite. Quando conseguimos, o mundo ao redor desaparece, o tempo começa a voar. Há a sensação de felicidade. Artistas e atletas são especialistas em alcançar esse estado. Quem corre está nos limites da concentração, coordenação e autocontrole. Escrever, compor, pintar e dançar exige criatividade, memória e imaginação. Cozinhar, fazer tricô, montar trens em miniaturas, aprender mandarim. Se seu trabalho não proporciona esse estado, você deve procurar algo que o faça. Muita habilidade e muito desafio é disso que o flow é feito.

Um antídoto para a tristeza – O que determina a felicidade é a velocidade com que os acontecimentos ruins serão superados. É conseguir se recuperar da adversidade mais rápido. Se as condições ideais não estão ao alcance, nosso cérebro se prepara para se contentar com a segunda melhor opção disponível. Mulheres idosas solteiras chegam à velhice com mais amizades significativas. As defesas da felicidade podem ser turbinadas com práticas diárias. O otimismo é a chave da imunidade, ter uma visão otimista sempre ajuda. Não existiria som, se não houvesse o silêncio. Não existe prazer sem dor. Só é feliz quem conheceu a tristeza.

Gratidão – surgiu em 2015 nas redes sociais, viralizou a não realidade. Gratidão é fonte real de felicidade. Detector de coisas boas, quando agradecemos pelo bom da vida, ficamos mais conscientes. Pessoas gratas apreciam mais as coisas simples da vida. O be-a-bá da gratidão – dedique cinco minutos para agradecer alguém que te ajudou. Anote três coisas boas que aconteceram no dia.

Nada – nada mesmo – é mais importante do que as pessoas – cerque-se de pessoas, primeiro da família e depois de amigos. Aprendemos a cuidar uns dos outros, a trabalhar em grupo.

Felicidade - o tempo todo é insustentável, tanto a alegria extrema com a tristeza profunda. Viver em êxtase, atrás da felicidade delirante é perigoso. Foque na calma e no contentamento. Viver em paz é o arroz com feijão que nos mantém vivos.

Felicidade é amor. Ponto final.

Artigo publicado na Revista Superinteressante (mês setembro/17) e resumido pela Coordenadora Pedagógica Eliana Prata.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

"Século XXI e o combate às discriminações"

Bulling. Racismo. Xenofobia. Todas essas discriminações afetam diversas pessoas no mundo contemporâneo e estão presentes há anos. Na história do Brasil, negros, índios e imigrantes foram vítimas de agressões e preconceitos, ora no período colonial, ora na fase republicana. Sendo assim, o convívio com as diversidades étnicas, sexuais e quaisquer outros estereótipos ainda são um impasse que a sociedade brasileira enfrenta. No entanto, é possível mudar esse cenário com a criação de campanhas que busquem aproximar as pessoas, disseminando o amor e o respeito ao próximo.

É indubitável que tais discriminações afetam o desenvolvimento nacional. De acordo com o físico Einstein, “No mundo atual, é mais fácil destruir um átomo do que acabar com o preconceito”. Seguindo essa linha de pensamento, nota-se a dificuldade de resolver a problemática dos preconceitos, tanto racial, quanto sexual, entre outros, visto que cada dia mais ouvem-se notícias de violência contra aqueles que são considerados “diferentes”. Entretanto, é possível solucionar isso com ideias baseadas na ética e na solidariedade.

Percebe-se também que tais problemas são oriundos de uma sociedade que forma cidadãos preconceituosos. Conforme afirma Rousseau, “O ser humano por si só é bom, porém a sociedade o corrompe”. Observa-se, assim, que o meio em que uma pessoa é criada irá interferir em suas atitudes futuras, caso sejam preconceituosas ou não. Nota-se, dessa forma, a importância de se difundir valores que visam o amor e o respeito entre os indivíduos.

Entende-se, portanto, que é possível atenuar a problemática com algumas medidas. Uma delas é a promoção de campanhas solidárias que visem a aproximação das pessoas por meio de caminhadas e eventos comunitários. Outra medida é, por meio da parceria entre as famílias e as escolas, a realização de aulas sobre as diversidades presentes no país a fim de educar os alunos para que não sejam racistas, homofóbicos ou xenofóbicos. Tais ações devem ser feitas pelo Estado juntamente com ONG’s, escolas, famílias e instituições religiosas para que se alcance uma sociedade justa e igualitária.



Aluno: Augusto Souza Campos Durant

2ª série "B" - Ensino Médio

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

"O dilema da doação de órgãos no Brasil"

A doação de órgãos é uma forma indiscutivelmente digna de ajudar a sociedade em que se está inserido. Aqueles diagnosticados com morte encefálica, por exemplo, são potenciais doadores, porém, no Brasil, o destino de seus órgãos não depende apenas do doador, mas também de sua família, que legalmente decidirá se haverá a doação ou não. O problema é que, ainda hoje, quase metade das famílias brasileiras ainda rejeita a doação de órgãos de um parente, realidade que precisa ser modificada a partir de uma mudança cultural na visão da sociedade sobre o assunto de nosso país.

Nos séculos iniciais da colonização brasileira, principalmente após 1600, o Brasil dominado pelos portugueses também passou a ser dominado ideologicamente pela instituição predominante na Europa: a Igreja Católica. Os jesuítas vieram ao chamado novo mundo para catequizar os indígenas, e um dos dogmas incorporados na raiz cultural de nosso país foi a ressurreição, ou seja, a crença de que ressuscitamos após a morte no mesmo corpo. Portanto, até os dias atuais, inconscientemente, somos influenciados por tal ideologia, um fator cultural que implica uma suposta necessidade de conservar o corpo dos falecidos, o que é feito ainda por muitas famílias.

Dessa forma, é indubitável a necessidade de uma mudança cultural para que as famílias como um todo aceitem o processo de doação de órgãos dos parentes. Segundo o pensador Emanuel Kant, somos o que nossa educação faz de nós do ponto de vista sociológico. Tendo isso em vista, é claro o papel da educação na formação do indivíduo não só como profissional, mas como ser humano e, consequentemente, na formação de seus ideais, ainda mais em relação a essa questão da doação de órgãos.

Ainda levando em consideração o papel da educação com relação à formação individual, pode-se afirmar que a educação brasileira falha ao não ensinar os benefícios desse tipo de ato aos futuros doadores ou familiares de um doador em potencial. Isso dificulta o aumento na taxa de famílias que aprovariam as doações e é ainda a principal barreira na doação de órgãos no Brasil, já que a doação somente pode ser autorizada pela família daquele que poderia doar.

Em síntese, dada a necessidade da aprovação familiar e o caráter cultural dos empecilhos para a doação de órgãos no Brasil, são urgentes medidas governamentais para o combate. É dever do Ministério da Educação implementar no currículo escolar obrigatório noções acerca da doação de órgãos e seus benefícios: salvar vidas ou melhorá-las sem prejudicar a ninguém. Essa implementação, a longo prazo, formará indivíduos capazes de compreender a relevância da questão que, sendo futuros doadores ou parentes de doadores, farão a diferença. E, assim, estaremos educando uma nova geração de mentes pensantes que superará as barreiras com relação à cultura e que se tornarão futuros salvadores de vidas.



Aluna: Anaclara da Silva Reis

Turma: 3ª série - Ensino Médio

Profa. Dra. Priscila Toneli

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Produção textual dos alunos do Ensino Médio CNSD

Textos acima da média produzidos para o vestibular da UFU 2016

Texto 1: Carta argumentativa

Uberlândia, 3 de junho de 2017

Senhor Ministro da Saúde,

Sou uma cidadã preocupada, filha de médicos, e acompanho o desenvolvimento da medicina brasileira desde meu nascimento. Atualmente, com o crescente estímulo capitalista o qual o Brasil incorporou, cresce também o interesse econômico por trás de um fato que me trouxe a escrever ao senhor esta carta, a grande medicalização de aspectos antes considerados normais, problema que acarreta o consumismo de fármacos por parte da população, a qual precisa ser mais protegida pelo Ministério da Saúde, Ministério o qual é representado por Vossa Senhoria.

Cada vez mais, surgem novas doenças decorrentes de pesquisas que se tornaram possíveis com o desenvolvimento da medicina no país. Por outro lado, é imprescindível que haja a formulação de remédios para curar essas novas patologias, como foi o caso do coquetel destinado a portadores da AIDS, o qual tornou o Brasil pioneiro em sua distribuição gratuita e permitiu significativa melhora na vida dos portadores, os quais eram discriminados pela sociedade graças à manifestação macroscópica de sua imunodeficiência. Entretanto, o mercado farmacêutico, sendo beneficiado com o aumento de doenças a serem tratadas, aproveita-se do cenário atual de uma medicina mais avançada, alienando o povo brasileiro, o qual se vê cada vez mais obrigado a comprar medicamentos para combater “doenças” inexistentes.

Essa “má” medicalização, senhor ministro, fez com que o povo passasse a consumir remédios como consome qualquer outro produto, o que percebo ao analisar os clientes de meus pais, os quais possuem verdadeiras “farmácias caseiras”. Além disso, como toda a população do país, são compradores de remédios para diminuir a oleosidade da pele, para ajudar no emagrecimento de senhoras amargas, para tirar maus odores, que não existem, para “curar” TDAH de seus filhos que são bagunceiros, entre outras novas “doenças”, que há apenas décadas eram consideradas normalidades, mas que foram medicalizadas, atendendo aos interesses tanto de farmacêuticos, quanto de médicos associados a eles.

Dessa forma, como é dever do estado, mais especificamente do Ministério da Saúde, creio ser uma urgência a melhoria na fiscalização e o estabelecimento de padrões com relação à produção farmacêutica, discernindo quais remédios são realmente necessários à população e quais não são, além da exigência de receitas médicas no momento da compra dos remédios, com exceção daqueles que devem ser utilizados com urgência, buscando frear tal indesejável medicalização da vida de todos nós.

Desde já agradeço pela atenção,

Josefa.
Texto redigido pela aluna Anaclara da Silva Reis, da 3ª série A.


Texto 2: Relato

Memórias derretidas

As primeiras manhãs foram as piores depois que conseguimos alojamento em um dos poucos cubículos subterrâneos do Brasil. Deparava-me o tempo todo com o teto prateado e opaco que certamente refletia o ar sulfuroso do lado de fora. Depois, me acostumei. Não fazia muito sentido preocupar-me com um céu azul que já não existia e, depois de alguns meses, fiquei cansada de me assustar com a ideia de que todas as cores do mundo tinham sido lavadas pela radiação.

O passado era uma lembrança caótica, meio reverente, quase irreal. Mas, de certa forma, decepcionei-me com ele na primeira manhã, quando me arrastei de um dos cantos malcheirosos do contêiner que agora chamávamos de lar. O alarme soara de madrugada e não houve muito o que fazer, lembrava-me sempre. Corremos até a praia carioca apinhada de moradores desesperados e dominamos o bunker como se não houvesse mais chance alguma. Papai pagara um preço muito alto para manter uma vaga em períodos de necessidade e, como presidente, conseguiu um bom canto onde poderíamos passar a noite ao som das explosões. A maioria das outras pessoas não teve a mesma sorte, logo vi. Certamente foram pelos ares junto com os estilhaços mortais que tilintavam em alto e bom som.

Alguns aventureiros se arriscaram a filmar a terra desértica assim que os tremores explosivos terminaram, mas os terroristas haviam feito um bom trabalho: achamos que poderíamos escalar até a superfície, mas nenhum de nós, nem mesmo os homens que subiram, banqueiros ricos e milionários ociosos, sabíamos da química letal que os rebeldes muçulmanos usaram para construir a bomba.

Eles avisaram, é claro. Avisaram assim que Donald Trump aliou-se à França na guerra contra o terrorismo. Avisaram novamente quando destruíram metade do Vaticano na semana do Natal, e de novo quando sobrevoaram os ares com camicases que tingiam o céu com fumaça cinzenta. Mas as escolas diziam que guerras nucleares seriam difíceis de se concretizar, e continuariam dizendo se não tivessem se perdido em milhões de pedregulhos amorfos junto com os homem-bomba.

Naquela primeira manhã, depois de me arrastar do canto fedorento e de ter lamentado a morte dos homens destemidos que se entregaram à radiação da superfície, sentei-me em um círculo junto dos meus companheiros e liguei o transmissor de vídeo à pilha. Talvez tivéssemos a sorte de ver os últimos segundos de filmagem daquela câmera resistente, que derretia à luz da radiação e se dissolvia, borrando um mundo infértil e sem salvação. Foi a última cena antes do fim. O fim do mundo e o fim da vista que tínhamos dele. Virei meu rosto no final, porque não podia ver mais nada. Dei de cara com uma das paredes monótonas e, desde então, decidi que deveria me acostumar com elas.

Texto redigido pela aluna Júlia Barbassa França da 3ª série A.

Professora Dra. Priscila Toneli

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

"Ética na política e na sociedade"

A ética no cotidiano e na política brasileira sempre mostrou-se com um viés duvidoso, em parte pela cultura da população nacional e, em parte, pela realidade do governo, que nunca mostrou-se totalmente isento de práticas corruptas, mesmo nos primeiros anos de Brasil. Portanto, nota-se que a moral no cotidiano e na política brasileira deriva de uma cultura secular corrupta e de ilegalidade, aliada à desordem pública regente.

 A colonização do Brasil deu-se, historicamente, de maneira intensiva e exploratória e, como colônia, a região apenas tinha valor no campo da matéria-prima e do abastecimento da metrópole portuguesa. De fato, o mercantilismo existente no século XVI propiciava o distanciamento ético dos colonizadores em prol do enriquecimento. Como jovem nação, o novo mundo incorporou tal desvio moral à sua realidade, o que, lamentavelmente, persiste até os dias atuais. Surge, a partir daí, uma cultura antiética e corrupta, que passou a margear tanto a política quanto o cotidiano social da maneira que Marx chama de determinante: o local onde uma sociedade se estabelece, aliado à cultura apresentada ao povo determina um comportamento.

Além da cultura corrupta, nota-se que a falta de ética brasileira é justificável pela desordem política sempre constante na história nacional. Se em um primeiro momento a realidade monárquica propiciava o abuso do poder e a polarização política, durante a república, a hierarquia constitucional raramente foi respeitada. Segundo Montesquieu, a criação dos três estados (legislativo, executivo e judiciário) diminuiria a concentração do poder nas mãos de um só governante e tornaria a ética uma realidade social. Apesar de adotar tal modelo, a distribuição das obrigações políticas no Brasil não foi respeitada e a corrupção serviu para burlar a hierarquia. Com isso, reforça-se a constante antiética brasileira, que, a partir disso, apenas foi aceita com mais naturalidade política e socialmente.

Como resposta à problemática da cultura e da desordem política como precursoras do desvio ético e moral no Brasil, surge a necessidade do melhor vistoriamento do trabalho governamental pela própria sociedade, para que a divisão dos poderes seja obedecida. Tal ato deve ser alcançado por meio da participação em assembleias abertas ao público e por meio de manifestações organizadas. Além disso, é preciso que as escolas brasileiras pratiquem desde cedo a valorização da ética em detrimento da corrupção, para que as crianças, mesmo jovens, repudiem a ausência da moral e valorizem o caminho ético.


Dissertação argumentativa estilo ENEM escrita pela aluna Júlia Barbassa França da 3ª série A 

*Esse texto faz parte de projeto desenvolvido pela Professora Dra. Priscila Toneli na área de Linguagens e Códigos, coordenada pelo Professor Abimael.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

"A correria humana que dificulta hábitos alimentícios saudáveis"

Nós, humanos do século XXI, estamos sempre correndo. O engraçado é que, quanto mais corremos, mais ganhamos peso. Isso ocorre porque, por estarmos sempre com pressa e compromissos demais, nunca há tempo para nada além de correr para o trabalho ou para a escola. Não há tempo, inclusive, para fazermos uma refeição de qualidade. Na maior parte do tempo, decidimos parar em alguma lanchonete ou em algum restaurante que leva cinco minutos para preparar uma refeição hipercalórica e nem um pouco nutritiva. Mas, pelo menos é rápido, certo? O problema é que, com essa mudança drástica no ambiente social, a obesidade cresceu demasiadamente e a população, hoje, sofre com suas consequências.

A nossa correria se associa, em grande parte, com o aumento do salário mínimo em muitos países, como no Brasil. Nós começamos a ganhar mais por nossos trabalhos, ao mesmo tempo em que os supermercados sofreram uma inversão nos preços de seus produtos. Seguir uma alimentação regrada tornou-se, então, tanto um desafio econômico em vista da alta nos preços de alimentos adequadamente nutritivos, quanto um desafio pessoal decorrente da falta de tempo. Desta forma, as pessoas comem o que está ao alcance, o que nem sempre é algo saudável.

 Todas as causas listadas sobre o aumento da obesidade estabelecem consequências cruéis à saúde humana. Percebo, em todos os hospitais que trabalho, que o aumento da obesidade está diretamente ligado ao aumento de doenças crônicas, como as cardiovasculares, a hipertensão, a diabetes tipo 2, entre outras. Essas mesmas doenças, leitor, são as principais causas de morte entre adultos no Brasil.

Concluo, diante da minha vivência na área da saúde, que a primeira forma de combate a esse mal que perturba a sociedade é a ação estatal imediata no apoio a produtores agrícolas. O incentivo do Estado na agricultura poderá significar uma maior produção e uma consequente diminuição nos valores dos produtos nutritivos, tornando-os mais acessíveis à massa social. Além disso, o estabelecimento de leis que proíbam a venda de alimentos hipercalóricos nas escolas e programas sociais para incentivar melhores hábitos nutricionais é essencial. A correria do nosso dia a dia não deve influenciar no bem-estar do nosso corpo. É o que dizem, pois corpo são, mente sã.



Artigo de opinião escrito aluna Luiza Ranuzzi da 3ª série "A" – Ensino Médio 

*Esse texto faz parte de projeto desenvolvido pela Professora Dra. Priscila Toneli na Área de Linguagens e Códigos, coordenada pelo Professor Abimael.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Resenha sobre a saga Harry Potter

Sentada em um café escrevendo contos sobre um menino bruxo, JK Rowling sonhava com que uma de suas obras fosse publicada. O que a escritora britânica não imaginava é que daquele café sairia uma das histórias mais lidas por pessoas das mais variadas faixas etárias no mundo. O primeiro livro de uma das sagas mais reconhecidas mundialmente, “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, vendeu mais de 107 milhões de cópias e completou seu 20° aniversário de lançamento na última semana de junho.

Harry Potter é um garoto órfão que teve os pais assassinados quando tinha um ano por Lorde Voldemort, o bruxo das trevas mais poderoso de seu tempo que tentou matar Harry na mesma noite, porém quem acabou quase morto foi o próprio assassino. Já Harry escapara ileso, apenas com uma cicatriz em forma de raio na testa. Assim, ele passa a viver na casa dos seus tios que o detestam. No momento exato em que completa 11 anos, Potter descobre que é um bruxo e que fora convocado para uma escola de magia.

A caminho do primeiro contato com a escola, conhece Rony e Hermione: dois alunos que também estão em seu primeiro ano. Harry não fazia ideia de que se tornariam seus melhores amigos e fiéis companheiros em todos seus desafios. Ao decorrer da história, o “trio de ouro” descobre que há algo extremamente secreto guardado no interior da escola.

Esse objeto é a Pedra Filosofal, substância que era procurada por Voldemort, pois o ajudaria a se reerguer e tentar retomar sua soberania no lado negro da magia. Ao fim, Harry enfrenta Voldemort, consegue afastá-lo da Pedra e fazer com que ele não volte mais por um bom tempo. Com a ajuda de Dumbledore, o diretor da escola que auxiliou nos estudos da Pedra, ela foi destruída.

Por conta da criatividade extensa da escritora, essa história num contexto totalmente fictício fatos reais, como o estudo alquímico da Pedra Filosofal pelo alquimista Nicolau Flamel e suas propriedades, que consistiam em transformar qualquer metal em ouro puro além de produzir o elixir da vida.

Ademais, JK Rowling passa, mesmo sendo de forma discreta, muitos valores para os leitores pela história. A força da amizade, da lealdade, da confiança e da coragem aparecem constantemente no livro, que em 2001 estreou nas telas do cinema como uma franquia de enorme sucesso. É uma história que marcou uma geração de crianças, jovens e adultos e continuará movendo mais pessoas em torno desse universo cativante e literalmente mágico.

Geovana de Paula Pereira, Júlia Alves de Souza Moreira, Júlia Eduarda Caetano de Oliveira e Maria Eduarda de Oliveira, alunas da 1ª série A.

*Texto elaborado colaborativamente, parte de projeto desenvolvido pela área de Linguagens e Códigos coordenada pelo Professor Abimael e sob a orientação da Professora. Dra. Priscila Toneli.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Corrupção + Alienação = BRASIL

PARE CIDADÃO E PENSE:

Corrupção + Alienação = BRASIL

O Brasil é a quarta nação mais corrupta do mundo, segundo o índice de corrupção do Fórum Econômico Mundial. Por isso você, cidadão brasileiro, deve repensar seus atos, pois não são só os escândalos envolvendo políticos que são corrupções, as ações cometidas por você, como furar fila, pagar propina e colar na prova da escola, também são identificadas como corrupção.


Outro grande erro cometido por nós, brasileiros, é não saber a constituição do nosso país, assim não sabemos o que significam todos esses processos envolvendo políticos, como a "Lava Jato" e o "Mensalão", e principalmente como eles se realizam. Por isso nós devemos analisar nossos atos e, após aprender um pouco mais como o país funciona, poderemos julgar os escândalos de corrupção.

Texto produzido pelos alunos da 2ª Série "B" do Ensino Médio: Marcus Vinicius Carvalho, Lucas Rodrigues, Thiago Rezende, Lorenzo Araújo, Pedro Henrique Sousa e Henrique Imada. 

Professora responsável: Profª Drª Priscila Marques Toneli 

sexta-feira, 19 de maio de 2017

"Educar pressupõe sempre desagradar a criança" por Rosely Sayão

EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS
• SUPERPROTEÇÃO
• DESCONEXÃO DA REALIDADE
• EXCESSO DE ZELO
• DIFICULTA DESENVOLVIMENTO DA RESILIÊNCIA
• IMATURIDADE

ESTILO DE PAIS
• Neurose da insegurança
• Poupam os filhos dos afazeres domésticos
• Contra a escola-método/professor
• Excesso de compromisso
• Limite demais (não pode isso...)
• Formação de valores, da moral, da ética, dos princípios.

ESTILO DE FILHOS
• Infantilizados
• Descompromissados
• Distraídos
• Angustiados
• Impacientes/intolerantes
• Consumistas
• Sem resiliência
• Preguiça mental

Por falta de direção sofre uma criança, um adolescente;
Caminha para o bem-estar aquele que tem dirigentes preocupados em educar.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

"Linhas"

O caracol vai se arrastando e formando sua linha, desidratada.
Uma mulher vai desfilando, com seu terço, sua linha forma um círculo.
E a sombra que vai ficando no caminhar, a linha ora alonga ora encurta.
E a ponte que quebra, impedindo o caminhar, a linha arrebenta.
O cachorro que segue o rastro do bicho que corre e outro bicho que cruza o caminho e o faro fica perdido entre um bicho e outro bicho. Cadê a linha?
O cansativo desenrolar do novelo. Só linha.
A parede de vidro ilude o passante. E a linha do olhar?
Sobre o caminho as formigas carregam folhas, sob o caminho outros tantos caminhos. Duas linhas.
A linha que se alinha, na mesma hora, chegou a hora do blem.blem.blem. E o pêndulo na linha.
Caminho de encontro, desencontro, de achado e perdido, de estar só sentado à beira do caminho. Na linha.
E a linha que divide a terra em duas metades, quem está do lado de cima ou do lado debaixo.
Um linha que vira o mundo de cabeça para baixo, é só um momento para a bebedeira.
E o caminho da corda que faz girar o corpo do menino que pula. Que linha!
E a linha colocada no buraquinho da agulha que engana o olhar da vovó.
E a linha do exame cardiológico que sobe desce sem parar e se parar, a vida cala.
E linha puxada do caminho do homem por outro homem.
E o palhaço que sobe a linha do círculo sem parar.
O homem quebra a pedra no meio do caminho porque no meio do caminho tinha uma pedra. E a linha se arrebenta.
A mulher que varre a sujeira para debaixo da linha. A linha esconde.
O olhar que enxerga duas linhas, em qual delas pisar com certeza?
Debaixo da linha o grilo observa a linha da borboleta. Linha frágil.
A linha do tonto que se quebra a todo instante.
E o nó da linha que impede o homem de caminhar. Linha que desalinha.
E os gêmeos que se olham através das linhas. Linhas diferentes.
O dedo que fura a linha e cega o olho do homem. Linha da pipa.
Regar os pontos para se alinharem. Linha semente.
A corda bamba pode arrebentar a linha a qualquer instante. Lindeza.
E o ziguezague da flecha no ar. Linha cortante.
Os carros que perdem a linha e caem aos montes. Desalinhados.
A linha entre o mar, o ar e a terra. Limite da linha.
A linha que segura o homem. Nó da linha.
A linha que prende o cachorro. Linha fatal.
A linha que sobe e desce. Linha bamba.
A corrida para recolher a linha do anzol. Alinhavar o peixe.
A linha engolida e arrebentada. Que indigestão!
A linha da bala que passa pelo corpo do menino. Partiu-se a linha.
A linha que segura o tempo se enverga. Linha amadurecida.
As linhas que escrevem todo dia. Caligrafia.
A linha do pássaro no horizonte. Linha voadora.
A linha que circula rodopiando no ar. Bolinha
As linhas que se revoltam e buscam outros caminhos. Linha da adolescência
A linha que escapa do novelo. Linha sem carretel.
A linha que se enrola no novelo. Linha indiscreta.
A linha do corpo e da mente, apenas uma linha entre a loucura e a razão. É só uma linha na literatura, linha da emoção entrando em ação.

Texto escrito pela Coordenadora Pedagógica Eliana Aparecida Prata em 14 de maio de 2017.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Recomeçar

Acorde!
Perceba que o dia é único e só seu.
No horizonte, há paz, Deus, e fortaleza.
Recarregue-se de energia positiva
Seu coração é grande,
cabe nele um pouquinho mais
de amor, de carinho, de aceitação e de compreensão.
Acenda dentro de você a luz!
Educar é um ato de amor, de paciência,
de criatividade, de solicitude,
de firmeza, de abertura ao outro.
Interaja!
Então voe,
Seja uma águia,
lidere nas alturas em parceria
para se sentir melhor e mais confiante.
Descubra Deus dentro de você,
transfira-O aos que te rodeiam.
Feliz recomeço,
conte sempre comigo,
eu contarei contigo, combinado?

Texto escrito pela Coordenadora Pedagógica Eliana Aparecida Prata