Eliana Prata por ela mesma...

Meu nome é Eliana, não sou simplesmente Eliana, sou Eliana Prata, isso me faz diferente das outras Elianas tantas que existem por aí. Adoro meu nome, minha história foi construída a partir dele. Todo nome tem um significado, acho que todas as mães e os pais deveriam procurar o significado do nome antes de registrar seu filho ou filha. É verdade, meu nome significa beleza resplandecente.
Gosto do que faço, sou professora, imagina, de Língua Portuguesa! Ah, mas vamos esquecer a língua, essa nossa é melhor, é essa que falo, é com ela que escrevo o que sinto e o que eu quero, eu me comunico, a minha linguagem é única, faz parte de mim, das minhas experiências, e da minha convivência com o universo. É esse meu modo de falar e escrever que me inclui como uma pessoa social arraigada num pequeno espaço. Por onde vou, sou eu me levando, me fazendo entender ou me entenderem, me aceitar ou me aceitarem. É para isso que vivemos, sabe, para trazer a este mundo a paz, a alegria, o amor e a aceitação, pena que há muitos entraves que nos distanciam uns dos outros. Pena que a gente descobre que muitas atitudes são banais, pena que só o tempo nos mostra isso, o meu depois dos cinquenta. A forma como a outra se veste, fala, se comporta é inerente a tudo que nos rodeia, porque é dela. Cada um é um e merece ser visto como é, criticamos muito, com certeza por imaturidade, por desconhecimento ou por não nos colocarmos no lugar da outra pessoa. Temos um tempo pra pensar, pra fazer, pra agir e pra sentir.


São 25 anos de sala de aula, 25 anos de história no Colégio Nossa Senhora das Dores. Lembro-me quando trouxe o meu currículo, a Irmã Heloísa me atendeu, a irmã Georgina era a diretora. Irmã Heloísa foi minha professora na faculdade. Excelente professora, uma pessoa maravilhosa, educada, ponderada, sábia por natureza, dominicana verdadeira. Fiquei. Comecei na 4ª série, eram quatro turmas, cheias, quarenta alunos. Minha primeira turma, que saudades. Quantos alunos daquela época, 1986, ainda encontro por aí, eu ainda sou a tia Eliana para eles ou elas. Relembram momentos significativos da literatura. O que fica são as relações humanas, são as emoções, são as alegrias...
O CNSD é parte da minha vida, gosto muito do ambiente, das pessoas, das histórias. Deus mora aqui. Aqui já fui professora de Ensino Religioso, fiz uma pós-graduação nesta área na PUC de Curitiba. Fui professora de Literatura Infanto-Juvenil, fiz pós-graduação nesta área também na PUC de Belo Horizonte. Hoje sou Coordenadora do Fundamental I e fiz pós-graduação em Gestão e Educação Pela Faculdade da Rede Pitágoras.


Gosto também de escrever poemas, já ganhei Menção Honrosa, já fui membro e presidente da AUJE (Academia Uberabense de Jovens Escritores), já fui engajada num Partido Político, já fiz trabalho social nos finais de semana com crianças e a literatura é claro.

Pescaria

Pesquei

os olhos do indefinido tempo

Pesquei

a boca do mundo bocejando

Pesquei

os ouvidos da miragem do livreiro

Pesquei

o nariz da linha da vida

Pesquei as mãos das madressilvas

Pesquei

o hálito da manhã de outubro

Pesquei

a vaidade do pavão

Pesquei

a ternura da rolinha

Pesquei

a cor do poente

Ufa!

Cansei-me

enrolei a linha do horizonte

prendi-a com o anzol na vara

Coloquei o pescado na capanga

diluíram-se os pensamentos

que andavam afogados

no macio da grama.

Será postado semanalmente no Blog CNSD, textos da Coordenadora Eliana Prata e/ou de seus alunos do EF1. Fique por aqui...